domingo, 11 de março de 2012

IPVA


10/03/2012 08h59 - Atualizado em 10/03/2012 09h35
Sergipe está entre os sete estados do país que não cobram IPVA de motonetas
Sem atrair novas fabricantes no país, moto elétrica patina.
Por Valor Econômico

Em choque com os hábitos do consumidor brasileiro e à margem pela falta de uma política de incentivo ao setor, o mercado de motocicletas elétricas está longe de deslanchar no Brasil. Apesar do apelo ambiental, o produto ainda esbarra na baixa autonomia das baterias - de 50 a 70 quilômetros -, um ponto crítico em um país onde o condutor tem a cultura de utilizar veículos, mesmo de duas rodas, para percorrer longas distâncias.

Não poluidoras e silenciosas, as motos elétricas são com frequência apontadas como o futuro da indústria, mas, por enquanto, a Kasinski é a única entre as montadoras a desbravar essa tecnologia. Há mais de um ano, a empresa fabrica motonetas (scooters) movidas a baterias de lítio ou chumbo-ácido no polo industrial de Manaus.


Empresas que chegaram a apresentar protótipos ao público não se arriscam a entrar definitivamente no negócio. Entre elas, a Dafra, do grupo Itavema, ainda tem em fase de desenvolvimento uma scooter elétrica exposta em outubro no Salão Duas Rodas, realizado na capital paulista.

Por outro, as grandes fabricantes instaladas no país - Honda e Yamaha -, a produção dessas motos nem chega a ser um projeto no momento, embora protótipos sejam desenvolvidos pelas matrizes no Japão. Dona de quase 80% do mercado nacional de motocicletas, a Honda ainda prefere aproveitar a farta disponibilidade de etanol para investir no desenvolvimento dos modelos flex, já responsáveis por mais da metade das vendas da marca.

Os desafios colocados para a popularização das motos elétricas começam na falta de uma rede de abastecimento, passam pela inexistência de fornecedores locais de componentes ligados ao sistema elétrico e culminam na insuficiência de estímulos fiscais e de financiamento.

Hoje, a tecnologia vem, principalmente, da China, onde - em contraposição ao estágio embrionário na maior do mundo - já existe um mercado de motos elétricas bem estabelecido, com grande número de fabricantes locais.

Para entrar nesse negócio, a Kasinski se baseou na tecnologia da fabricante chinesa Zongshen - sócia do empresário brasileiro Claudio Rosa na produção de motocicletas da marca - e se aliou à distribuidora de energia Light na criação de uma empresa voltada à atuação no mercado elétrico, a CR Zongshen E-Power.

No momento, as companhias se debruçam no mapeamento dos pontos onde podem ser instaladas as unidades de abastecimento de energia e de descarte de baterias. Também estudam alternativas sobre como monetizar a energia fornecida pela Light às motocicletas: uma possibilidade é a emissão de cartões pré-pagos, que poderiam ser usados pelo usuário para "recarregar" o veículo fora de casa.

De açodo com Claudio Rosa, as vendas de motos elétricas da marca ainda são tímidas, girando hoje ao redor de 150 unidades por mês - o representa menos de 5% do volume total negociado pela montadora em janeiro (3,24 mil unidades).

Devido a limitações ligadas à autonomia das baterias, o produto é bastante procurado para a circulação em ambientes delimitados - como trabalhos de vigilância em estacionamentos e condomínios - e tem maior aceitação por empresas e instituições preocupadas em apresentar ações de sustentabilidade.

Já para o consumidor comum, a nova tecnologia ainda encontra resistência. "Está crescendo mais no setor corporativo e mostra uma evolução mais lenta para o público porque representa uma quebra de conceito na utilização de motos. É tudo uma questão de hábito e familiarização com o tipo do produto", acredita Rosa.

Estímulos fiscais, combinados a uma maior disponibilidade de crédito (no qual as restrições no segmento duas rodas costumam ser maiores do que no mercado de carros), são tidos como fundamentais para vencer a resistência e incentivar o desenvolvimento de motos mais potentes - hoje, a produção se restringe a motonetas.

Além da isenção dos impostos de importação para a montagem dessas motos na Zona Franca de Manaus, veículos elétricos contam atualmente com isenção do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) em sete Estados: Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e Rio Grande do Sul. Em outros três - São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul -, existem alíquotas de IPVA diferenciadas.

Para Moacyr Alberto Paes, diretor-executivo da Abraciclo - a entidade que abriga os fabricantes nacionais de motocicletas -, a extensão dos benefícios tributários representaria um estímulo à aquisição de veículos não poluentes pelas pessoas, dentro de políticas de controle nas emissões de gases.

"O melhor subsídio é o incentivo tributário. O veículo produzido em Manaus tem uma carga de impostos menor, mas, por outro lado, existem custos com o frete que pressionam os preços. Quando houver incentivo fiscal e financiamentos, o consumidor certamente passará a optar por veículos elétricos."

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Likebox
Encontre-nos no Facebook
Facebook
 ·  ·  ·  ·  ·  · 
0 pessoas curtiram www.lagartoemmanchete.com.