quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

LUTO


01/02/2012 10h58 - Atualizado em 01/02/2012 11h53


Aos 94 anos, morre ex-governador Seixas Dória


Ele estava internado com complicações respiratórias e consequências de um AVC sofrido no ano passado.


Morreu no final da tarde de ontem, em Aracaju, o ex-governador de Sergipe João de Seixas Dória, 94 anos. Ele estava internado no Hospital São Lucas há aproximadamente 20 dias. Familiares informaram que a morte teria sido motivada por complicações comuns da idade.
Há aproximadamente um ano ele sofreu um acidente vascular cerebral e as condições de saúde se complicaram a partir de então. Ontem o quadro se agravou, depois de ser submetido a uma cirurgia. Ele enfrentava também um quadro de insuficiência respiratória. 

Seixas Dória também foi deputado estadual e federal e como parlamentar ganhou fama de grande orador. É autor do livro "Eu, réu sem culpa". Seixas foi cassado pela ditadura militar e preso em Fernando de Noronha, em 1964, junto com o ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes. Dória era um nacionalista. Deixa a mulher, dona Meire, dois filhos, Antônio Carlos e Ernane, e quatro netos. Até fecharmos esta edição havia dúvida sobre local do velório, se na Academia Sergipana de Letras ou Assembleia Legislativa.


O governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), e o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PCdoB), decretaram luto oficial por três dias e destacaram que Seixas Dória é um exemplo para as novas gerações. “Ele preferiu perder o mandato, ser preso, a ter que seguir as determinações dos golpistas de 1964”, lembrou Nogueira.

Quem foi Filho de Antônio de Lima Dória e de Maria de Seixas Dória, ele nasceu em Propriá no dia 23 de fevereiro de 1917. Em 1962, foi eleito governador de Sergipe derrotando o udenista Leandro Maciel. Assinou, sob ressalva, o “Manifesto dos governadores democratas”, uma iniciativa do paulista Ademar de Barros. Aliado do presidente João Goulart, defendia as chamadas "reformas de base", a ponto de opor-se, via rádio, ao Golpe Militar que abreviou o mandato presidencial em 31 de março de 1964. 

Removido à força do governo no dia seguinte, Seixas Dória foi preso e levado à ilha de Fernando de Noronha, onde sua detenção findou por um habeas corpus do Superior Tribunal Militar após quatro meses. Em seu lugar foi empossado o vice-governador Celso Carvalho. Por força do Ato Institucional n° 2, teve os direitos políticos suspensos por dez anos, a partir de 4 de julho de 1966, passando a viver às voltas com a agropecuária e a literatura.

Encerrada a sua "reclusão política", ingressou no MDB e fez sua primeira aparição pública na convenção estadual do partido, em maio de 1978, e ali não poupou críticas aos seus contendores. Coordenou a estratégia do diretório estadual nas eleições daquele ano e atuou em defesa da anistia e da redemocratização. Beneficiado pela Lei da Anistia, sancionada pelo presidente João Figueiredo, filiou-se ao PMDB e foi eleito suplente de deputado federal em 1982 e exerceu o mandato a partir de uma licença médica de José Carlos Teixeira, sendo efetivado após a vitória de Jackson Barreto nas eleições para prefeito de Aracaju em 1985.

Derrotado ao disputar um mandato de senador em 1986, foi nomeado secretário de Transportes pelo governador Antônio Carlos Valadares em agosto de 1988, permanecendo no cargo por quatro meses. Assessor político da Presidência da República nos últimos meses do governo Sarney, foi secretário de Transportes no segundo governo João Alves Filho e depois membro do Conselho de Administração da Companhia Vale do Rio Doce.


Seixas era membro da Academia Sergipana de Letras,  autor de “Sílvio Romero, jurista e filósofo” e “Eu, réu sem crime”.


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